segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Deputada Janete ‘desnuda’ Sarney na Tribuna da Câmara

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) – Com a palavra a Deputada Janete Capiberibe. V.Exa. dispõe de 5 minutos.A SRA. JANETE CAPIBERIBE (Bloco/PSB-AP. Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, o Brasil vive um momento crucial para a democracia e o futuro do País. O uso privado do Poder Público, a manipulação dos cargos e dos poderes, o nepotismo, o desmando e a corrupção revelam-se e são repudiados.Desacostumado à democracia, surgem as práticas ditatoriais com as quais José Sarney fez sua vida pública e o patrimônio da família.
No Maranhão, dominam quase todos os veículos de comunicação. Um e outro, como o Jornal Pequeno, ousam lhe fazer oposição. No Amapá, a benemerência vem em troca de favores ou pela força, negando o debate democrático a toda população.
Nas eleições de 2006 e 2008, uma saraivada de processos judiciais calou jornalistas, rádios, sites e blogs. Com aliados no Judiciário, ameaçou quem não pactua com sua falácia.Pela lei da mordaça, Sarney arrancou mais um mandato de Senador pelo Amapá, que diz representar. Não pelo Maranhão, como o coronel confunde até o Presidente Lula.Para Sarney, vale tudo para manter-se no poder. Por meio dos apadrinhados, manipula as instituições para atingir seus objetivos e usa do poder para colocar aliados em postos chaves. Em lugares estratégicos, os aliados lhe são úteis, dando a impressão de que Sarney age dentro de normas republicanas.Usa-se disso, por exemplo, para conseguir concessões de rádio e TV, no Maranhão, diretamente, no Amapá, através de aliados. Assim, manipulam todas as informações.Sarney exibiu seu poder ao cassar o meu mandato de Deputada Federal e o do meu marido, o Senador João Capiberibe. O processo, e provas forjadas, teve efeito por uma decisão inconclusa, até hoje, porque não foram julgados os embargos declaratórios que desmontam a falácia com a qual foram tirados nossos mandatos legítimos.No lugar do Senador do PSB, Sarney plantou um aliado, Gilvam Borges, seu parceiro nos canais de rádio e TV, que poderá lhe retribuir o mandato adquirido no tapetão com seu voto agora no Conselho de Ética do Senado.Da mesma forma, Sarney fez chacota da democracia e dos votos maranhenses, usando aliados no Judiciário para cassar o governador eleito Jackson Lago e pôr, no seu lugar, a candidata derrotada. Sem coincidência, sua filha, Roseana Sarney.Tenho denunciado os desvios de recursos do aeroporto de Macapá, obra que nunca termina. Os grampos nos quais o braço financeiro do PMDB de Sarney, Zuleido Veras, indica que não faltará dinheiro por ser uma obra do Sarney não foram, à época, para uma investigação. Mas, agora, a Polícia Federal se mobiliza para investigar esta relação, como já provou o conluio entre Zuleido e Sarney em outras obras.No Amapá, sua cartilha, adotada servilmente por boa parte de políticos, está levando o povo ao empobrecimento e à miséria. Pela Fundação Getúlio Vargas, os indicadores socioeconômicos do Amapá só pioram.A relação é direta: quando Sarney e o seu grupo político se fortalecem, a terra fica arrasada e a população muito pobre.
Concluo, Sr. Presidente. Em 1971 eu e o Senador Capiberibe e minha filha Artionka saímos do País ameaçados pela ditadura, da qual Sarney fazia parte. Não abandonamos nossa militância nem nossas ideias de justiça e democracia.Hoje o verdadeiro Sarney aparece ao País. Sua camuflagem, que lhe permitiu conviver com qualquer tipo de regime, inclusive com a pior ditadura, cai por terra. Sua máscara de democrata, construída cuidadosamente, foi substituída pela face verdadeira de ditador.A ainda frágil democracia enfrenta o fantasma da ditadura que mutilou a vida de milhões de brasileiros. Não é possível pensar em nenhum passo atrás nem em qualquer resquício de atraso que possa violentar o povo brasileiro.Fora Sarney, viva a democracia, viva o povo do Amapá, viva o povo do Maranhão!Peço a V.Exa., Sr. Presidente, a divulgação do meu discurso nos órgãos de comunicação desta Casa.Obrigada.

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