quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O “vosso” oligarca e a mídia

*Por Nezimar Borges
POR ESSA o último coronel da política brasileira não esperava. A contribuição inesperada e desesperada da mídia em mostrar seus modus operandi em relação à forma de como ludibriar a as instituições brasileiras.. E, nesse caso, o papel da mídia é correto? Ou, digna de mídia coerente com os pressupostos com que está sacramentado na carta magna superior sobre meios de comunicações? O qual é levar à população a informação de qualidade, independente de ideologia política partidária?
Uma das figuras mais abominável para os socialistas brasileiros, se não a mais, semana entrante, deve pagar uma pequena parte de seus “pecados” ou “dívidas” com a ala mais progressista ou com os setores mais esclarecidos da sociedade. E a aqui é bom destacar - pena ser apenas nesse caso - o papel da mídia em mostrar a verdadeira face obscura do oligarca maranhense.
Comentando sobre esse caso, hoje, em uma reunião pedagógica, se ouviu de um jovem professor o comentário sobre a situação da educação no estado do Amapá. Dizia ele: “a educação está assim desse jeito porque quem manda aqui é o Sarney”. E, pode se dizer que uma minúscula parte do pecado e da dívida mencionada acima, apesar de ser um pequeno fato perante outros mais graves, ser em alusão ao que acontece na educação do Amapá. Mas, deixando o descaso da educação de lado, voltamos ao papel da mídia. Deve-se agradecê-la por colocar uma figura em seu verdadeiro lugar, que, até então, há três meses posava de grande “exemplo” de “estadista” de político tupiniquim aos mais desinformados. Agora, a sua figura esculachada, na vala comum de outros de outrora juntando se ao perfil enigmático e emblemático, para não dizer nocivo a sociedade, como exemplos de Jáder e ACM, que em outras épocas passaram por atropelos menores em comparado a esse. Para aqueles que acompanham a política de perto, não é novidade. Mas para a “plebe”, hoje, ficar sabendo dos inúmeros atos de corrupção do temido coronel maranhense, sim. Ou já desconfiavam dos atos nada republicanos do oligarca. Em artigo de hoje para o jornal direitista folha de São Paulo é visível o seu “chororo” em relação à eminência de sua derrocada, atribuindo a culpa desta última à mídia. Da situação que passa nesses dias, segundo ele, do ataque a sua “honra”.
Há de se comentar o papel da mídia sobre a avalanche de noticias, e é bom que se diga, verídicas em relação ao caudilho maranhense. As mesmas vêm à tona, pois quando se há uma guerra política pelo poder, onde a disputa está ideologicamente indo pelo mesmo caminho, aparece à luz da sociedade, a veracidade de atos obscuros da política brasileira. Enfim, pena ser apenas nesse caso, ainda que por meros interesses que seja, a mídia está correta. Mas ela está errada em inúmeros outros casos, pois usa dois pesos e duas medidas, mostrando a sua faceta eleitoreira, como por exemplo, do caso da filha do ex-presidente vendilhão neoliberal, FHC. Pois a mídia não deu publicidade igual aos atos desvairados do maranhense em relação à filha de FHC a qual recebia do senado quase oito mil reais sem trabalhar. Ainda empossada no cargo por ato secreto de um senador do PFL, hoje DEM.
Esse caso chega a ser “delicioso” para muitos. Saber que Sarney estará condenado ao ostracismo e, porque não dizer, que o feitiço virou contra o feiticeiro, em referencia ao trabalho dos jornalistas do Estadão. Pois como se sabe, Sarney é dono de uns conglomerados de empresas de comunicação no Maranhão e controla indiretamente quase todas as empresas de comunicação no Amapá. Sempre as usou para atingir, mesmo diante de inverossímilidades, seus adversários políticos. Nas eleições de 2006, a internet escapou do seu controle, e, de posse de sua influência de parte do judiciário, calou e fechou sites e blogs na justiça amapaense.
Em tempo, a farsa montada pelo áulico maranhense em 2001 e colocada em prática por seus asseclas amapaenses, as quais diziam suas mídias quase que diuturnamente, de que o então governador socialista João Capiberibe havia sacado em boca de caixa quase quatrocentos milhões de reais. Um absurdo. Farsa que, digamos assim, “esquentou” outra farsa paralela, o caso da cassação de mandato do senador. Nessa época, jornais locais, como o Diário do Amapá, sempre apareciam com capas difamatórias e caluniosas dentro do plenário do senado federal, no intuído, talvez, de justificar o processo de cassação do socialista. A farsa, depois de anos, foi desmontada pela polícia federal, pelo ministério público, pela justiça e pelo Juiz federal do Estado do Amapá, José Renato Rodrigues, que absolveu João Capiberibe.
Ainda nos seus transcritos de hoje, reveste-se da reciprocidade entre política e guerra para, talvez, justificar uma possível injustiça do qual estaria sendo vítima. Mesmo quando é pego vivendo, ainda que se diga, sem necessidade, à custa não da honra, mas da desonra do senado federal.
Lembrando Maquiavel e não Lênin, como diz, da reciprocidade entre política e guerra: os fins justificam os meios. É certo que essa filosofia é muito bem usada por ele. Nesse caso, usa de todos os meios – meios de comunicações, literalmente, a mídia barata para atingir seu fim. Foi assim em tantas eleições usurpadas por Sarney no maranhão e no Amapá. E, seria trágico não fosse tão cômico, Sarney associar a arte de fazer jornalismo (destruindo biografias como a dele) à arte de fazer política direcionada à guerra. Ele que sempre usou essas mídias para prolongar seu poder.
Afinal deixa-se a seguir sua frase, para reflexões, suas lamentações e o seu “chororo”:
“Hoje, com a sociedade de comunicação, os princípios da guerra aplicados à política são mais devastadores do que a guilhotina da praça da Concorde. O adversário deve ser morto pela tortura moral disseminada numa máquina de repetição e propagação, qualquer que seja o método do vale-tudo, desde o insulto, a calúnia, até a invenção falsificada de provas.(...)diante desse tsunami avassalador da internet e enquanto a Justiça anda a passos de cágado? Como ficam os direitos individuais, a proteção à privacidade, o respeito pela pessoa humana?”É... Sarney provando a pequeno gosto do seu próprio veneno.
*Nezimar Borges – Tecnólogo e Professor
Publicado em http://www.nezimarborges.blogspot.com

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