sábado, 16 de janeiro de 2010

Reflexão sobre a sucessão no meio do mundo

Ao renunciar ao governo do Amapá, em abril de 2002, para disputar uma vaga ao Senado, João Capiberibe não imaginava é que a partir daquele momento começava a ser urdida uma trama diabólica para isolá-lo.

Logo após a renúncia ficou claro que o dedo de uma velha raposa da política brasileira tramava para isolar Capiberibe.

José Sarney que havia atentado contra a reeleição de Capiberibe em 1998 sem sucesso, a essa altura já vestindo a camisa do lulismo, colocou em prática o projeto de isolamento.

Sarney, trabalhando nos bastidores, deu aval ao lançamento de três candidatos com um discurso semelhante contra os sete anos de governo do PSB.

Fátima Pelaes (PSDB/PMDB/PFL), Waldez Góes (PDT/PPB/PTB/PPS/PSD/PT do B/PAN/PSL/PRTB) e Dalva Figueiredo (PT/PL/PMN/PC do B/PCB/PSC/PHS/PST/PV/PRONA) disputaram a eleição tendo como adversário comum Cláudio Pinho (PSB/PRP).

Ao perceber a trama, Capiberibe colocou em risco a eleição para o Senado, ao entrar de corpo e alma na campanha de Cláudio Pinho, que tinha uma merreca de tempo no horário gratuito eleitoral devido à quantidade de partidos nas coligações dos três candidatos de Sarney.

Foram para o segundo turno Waldez e Dalva para satisfação de Sarney. Afinal, qualquer dos dois que ganhasse comeria em suas mãos. Ganhou Waldez.

Para completar a festa, a velha raposa tratou de roubar no tapetão o mandato de senador de Capiberibe.

Em 2006, novamente em campo e agora disputando a reeleição, José Sarney armou o circo novamente. Tratou de dividir o tempo de TV de tal forma que asfixiasse o tempo de TV do candidato ao governo João Capiberibe.

Dessa forma, Sarney e sua turma conhecida como da harmonia, foi à luta com três candidatos, dois para diminuir o tempo de TV do PSB e um para valer. Com os três apoiando a sua reeleição ao Senado.

Sarney colocou em campo os laranjas, Papaléo Paes do PSDB, coligado com o PTB/PTN/PPS/PFL/PRTB/ PMN e PT do B e o petista Errolflynn Paixão em aliança com o PL e o PC do B.

O candidato para valer, o pedetista Waldez Góes disputava a reeleição com o apoio do PDT / PP / PMDB / PV / PSC e PRONA.

Pelo exposto, restou a Capiberibe o isolamento com um tempo de TV insignificante. Mesmo assim teve 112.500 votos. Waldez se reelegeu com 160.000 votos.

Essas lembranças de 2002 e 2006 são importantes, pois servem como balizamento para 2010.

Em 2010, Waldez Góes tenta reeditar os planos gestados por Sarney em 2002 e 2006 unindo-os em prol de sua candidatura ao Senado.

Assim como Sarney em 2006, Waldez quer ser o candidato dos três candidatos de sua base aliada ao governo do Amapá: Jorge Amanajás (PSDB), Lucas Barreto (PTB) e Pedro Paulo (PP).

Dessa forma, pensa estar garantindo uma das vagas, deixando com Gilvam Borges (PMDB), Papaléo Paes (PSDB) e João Capiberibe (PSB) a disputa pela segunda vaga. Sendo, que Capiberibe novamente estará isolado e com um tempo de TV irrisório.

Waldez, cinicamente através de artimanhas de todos os tipos, confunde o jogo simulando conflitos com os seus pares. Tudo teatrinho.

O problema é que os adeptos da candidatura de Capiberibe ao Senado estão se enredando e participando como atores coadjuvantes do teatrinho de Waldez.

Quando o correto seria seguir a risca o dito popular “gato escaldado tem medo de água fria”.


Publicado ou Escrito por Chico Bruno

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