quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Cenário eleitoral: a previsão é de muitas trovoadas

Joseli Dias 

O senador Gilvam Borges (PMDB-AP), não é de aceitar pacificamente que
lhe tratem como mero coadjuvante na corrida eleitoral de 2010. Há de
se esperar, portanto, fortes turbulências nas hostes palacianas e
muitas surpresas durante todo esse período. Articulador de fino trato
e costureiro das mais inusitadas alianças, Gilvam já garantiu, em
recente entrevista ao jornalista Roberto Gato, do jornal Tribuna
Amapaense, que, em último caso, poderá unir forças com o ex-governador
João Alberto Capiberibe, com quem cruzou armas na disputa judicial por
uma cadeira no Senado. “Se o PSB vier a somar conosco, ele não terá
defeitos”, disse o senador amapaense.
Gilvam Borges sabe muito bem o que fala. O PMDB tem o maior tempo de
televisão, a maior representação na Assembléia Legislativa e
naturalmente será muito cortejado por todos os partidos. Por outro
lado, há forças dentro da legenda, que acreditam que o caminho natural
do senador das sandálias, é o Palácio do Setentrião. Outros,
naturalmente, acham que deve buscar a reeleição.
Até bem pouco tempo, Gilvam, o governador Waldez Góes e o prefeito
Roberto Góes, estavam trabalhando ombro a ombro na solução dos mais
diversos problemas que afetavam a sociedade, em especial as
comunidades que por muitos anos foram esquecidas pelos gestores.
Deve-se dar o crédito necessário a Waldez e Roberto Góes, mas não há
qualquer dúvida que nos casos de difícil solução, foi a persistência,
a coragem e a audácia de Gilvam que resolveram os problemas. É nesse
ponto que os caciques do PMDB jogam todas as suas fichas. A imagem do
homem que faz, que não teme diante dos obstáculos, está encravada
naquelas pessoas que estavam marginalizadas em suas comunidades e que
viram, de repente, uma saída a partir de uma caminhada feita pelo
senador.
Foi assim que o Arquipélago do Bailique ganhou uma pista de pouco e
seus habitantes podem ser socorridos com prontidão diante de uma
enfermidade grave ou de um sinistro. Foi também assim que os moradores
daquela comunidade viram suas pontes de madeira, que eram
constantemente destruídas por intempéries, serem substituídas por
passarelas de concreto em um grande mutirão que mobilizou até o
Exército.
No longínquo município de Vitória do Jari, a travessia para Laranjal
pode ser feita por estrada. E quem viabilizou tudo? O senador Gilvam,
é claro. E foi no Jarí que Gilvam liderou uma revolta com o objetivo
de aterrar uma grande área atingida por um incêndio. Dezenas de
comerciantes que haviam perdido tudo recuperaram pelo menos a vontade
de lutar e a dignidade. Por onde passa, Gilvam deixa uma marca
indelével: a do trabalho. Se está formada esta bela imagem de homem
público e destemido, porque desperdiçá-la? Que Gilvam venha para o
governo, dizem os caciques. Seria uma bela briga com aqueles que já se
dizem vencedores a partir de um acordo político que alguns teimam em
não cumprir.
Gilvam ainda não se manifestou sobre o assunto. Em conversa com os
jornalistas, costuma dizer que as conversas continuam com todos os
partidos, que nenhuma aliança está definida, mas que o PMDB terá um
grande papel nos rumos da política estadual. Para quem sabe ler nas
entrelinhas a previsão é de muitas trovoadas.

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