quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ciro não livra a cara de ninguém


As férias na Europa ao lado de Patrícia Pilar fizeram um bem danado a Ciro Gomes, pré-candidato do PSB a presidência da República.

O cearense voltou revigorado. Restabeleceu seu raciocínio, às vezes cortante, com um discurso político em que demonstra independência em relação ao Planalto.

Em suas conversas com jornalistas no cafezinho da Câmara, Ciro mostra também que não tem rabo preso.

- Sou o candidato do futuro. Não tenho compromisso com as privatizações do governo de Fernando Henrique Cardoso, nem sou obrigado a defender o que está errado no governo Lula.

Com essa frase, Ciro diferencia sua candidatura das demais e,

Indiretamente, carimba Dilma Rousseff (PT) como a candidata do presente e José Serra como o postulante do passado.

Ciro transformou o cafezinho da Câmara em sua trincheira. De lá manda recados para os principais atores da sucessão presidencial.

Ciro reafirma sua lealdade a Lula, mas coloca que sua candidatura não depende dele, mas somente do seu partido.

Aproveita para destilar um pouco de veneno sobre Dilma, ao criticar a aliança dela com José Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros (PMDB-AL).

Mas, o alvo preferido é José Dirceu, que tem feito um trabalho de retirada de candidaturas petistas para resolver conflitos regionais entre o PT e o PMDB.

- O Dirceu deveria assumir certo recato. Ele não tem coragem de me pedir para retirar a candidatura, até porque eu o mando pastar na mesma hora.

Para Ciro Gomes, a última visita de José Dirceu ao Ceará transbordou o caldo.

É que o antecessor de Dilma disse ao governador Cid Gomes (PSB) que o PT poderá lançar candidato no Estado se o irmão insistir em permanecer na disputa presidencial.

A atitude Dirceu causou tanto mal estar que líderes petistas do Ceará rejeitaram a declaração.

Coerente em suas últimas palavras, Ciro incluiu em suas análises o PSB, que prega a necessidade de Lula liberar um partido aliado para fortalecer a candidatura do parlamentar.

- É um erro achar que o Lula vai nos dar partido.

Ciro coloca o isolamento do PSB como um grande obstáculo, mas não intransponível.

Ele lembra que “Lula chegou aonde chegou sem ajuda de ninguém”.

Sobre a possibilidade de ser candidato ao governo de São Paulo, Ciro é curto e grosso.

- Eu vou resistir firmemente. Eu quero ser presidente. A única circunstância para eu desistir é se o PSB pedir para retirar meu nome, aí eu aceito docilmente. Agora, se o PSB pedir para eu ser candidato a governador de São Paulo, aí eu vou espernear muito e depois resolver, afirmou Ciro.

As últimas declarações de Ciro deixam claro que será muito difícil demovê-lo da candidatura a presidente, pois se o fizer estará encerrando precocemente a sua carreira política.

Pela disposição, Ciro não deve estar blefando.

Publicado ou Escrito por Chico Bruno

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