terça-feira, 8 de setembro de 2009

A grosseria do reitor – por Rup Silva

Há de se exigir mais, muito mais de um Reitor que o tosco espetáculo que protagonizou José Tavares, da UNIFAP, na festa preparada para a sua filiação no PMN, com a presença da Presidente nacional do partido, Telma Ribeiro, que viera de São Paulo para prestigiar o evento.
Pelo naipe dos convidados, entre os quais “jornalistas” financiados pelo poder público e o tempero usado para dar ao acontecimento a notoriedade planejada [ marabaixo, feijoada, gengibirra, bebida à vontade, show musical , etc], esperava-se uma festa marcante.
O PMN, como se sabe, inclusive José Tavares, é um partido aliado do PSB desde 2008, que veio para alargar sua base de apoio eleitoral, tendo em vista o domínio imperial de Sarney sobre a vontade dos dirigentes partidários locais, com o objetivo de isolar o PSB.
A chegada do PMN serve, também, de resposta à acusação, inconsistente, que o PSB pouco ou quase nada fazia para ampliar esse apoio, dificultando a costura de alianças capazes de viabilizar a volta do partido ao poder.
Trata-se de um sofisma por não levar em consideração uma série de fatores, relevantes e decisivos, que têm transformado as eleições em jogo de “cartas-marcadas”, zerando as chances da oposição.
Tal argumento, portanto, é uma falácia. Trata-se de discurso vazio daqueles que querem justificar sua dissidência e o incômodo com o papel de oposição que a nova realidade impõe.
Indisposição de encarar a retomada do Estado, não a partir da lógica antidemocrática da conquista e manutenção do poder a qualquer custo, negando que isso seja possível pela conjugação de forças em torno de um governo programático, voltado para os interesses da sociedade.
Desta forma, agredir gratuitamente a biografia do ex-governador João Capiberibe e família, faz parte do jogo antidemocrático do poder vigente, ao qual parece ter aderido o Reitor Tavares, episódio que depõe contra a imagem do Reitor.
Negar o mérito e o papel do ex-governador, é um desserviço a memória do Amapá, muito grave num Reitor cuja tarefa inclui, também, promover, respeitar e preservar a história do Estado.
A presença de Capi e Janete no cenário nacional, vai da luta pela redemocratização do país, que poucos foram capazes de encarar, a aprovação da Lei da Transparência e do Escalpelamento, ambas escondidas criminosamente da sociedade pela mídia.
Acrescente-se a isso as incontáveis emendas parlamentares em favor das minorias, sendo que várias delas beneficiaram a UNIFAP do Magnífico Reitor José Tavares.
Tavares não é nenhum beócio, surdo ou cego, que não permita uma leitura correta dos fatos. Por isso deve saber que, mesmo na condição de Reitor e homem letrado, não tem competência nem autoridade para decretar o fim político de quem quer que seja.
Ao agir como agiu, valeu-se de um discurso raivoso, fora do contexto, provavelmente a mando dos desafetos do ex-governador, a quem resolveu se aliar.
O Reitor valeu-se de uma tese recalcitrante e irreal [ morte política da família Capiberibe] que aflora a cada eleição e que as urnas se encarregam de desmentir peremptoriamente.
De pouco adianta blindar seu desatino, como fazem seus amigos da imprensa. Essa nódoa vai colar no seu curriculum assim como cristalizará a imagem de manipulado por Sarney, Gilvam Borges e outras figuras menores da mídia e da política local.
Como se pouco fosse, teve que engolir a suprema humilhação de ter sua filiação publicamente rejeitada pela Presidente do PMN, que fez uma defesa vigorosa do ex-governador, objeto da agressão de Tavares.
Enalteceu a figura nacional de Capiberibe, a quem disse conhecer sobejamente, ao contrário de José Tavares. Falou curto e grosso, sem meias palavras, para quem quisesse escutar.
A presidente do PMN não disse nada que o Reitor não soubesse, mas que negava por conveniência e interesses políticos subalternos, numa atitude que compromete gravemente sua condição de gestor de uma das mais importantes instituições do Estado.
JÔGO BRUTO
Nesse país estudar, educar e ilustrar-se, como se falava antigamente, nunca foi um privilégio de poucos. Pelo menos aqui, apesar do descaso que hoje domina sua gestão. Falo mais de antigamente, de gestores responsáveis e compromissados com o futuro do Estado.
Eu mesmo, menino nascido pobre, me sinto um privilegiado com o ensino que o governador Janary Nunes ofereceu a todos nos idos de 50. E em seguida estudado no Colégio Amapaense, berço de figuras notáveis, que muito contribuíram para o crescimento do Amapá.
Por isso educação, muito mais que antes, está franqueada a qualquer cidadão. Permanecer nas trevas da ignorância é uma opção pessoal.
A história de destempero do ex-deputado Roberto Góes, que tentou agredir fisicamente Camilo Capiberibe, faz parte da crônica política do Amapá.
O episódio de Humberto Moreira, a quem mandou espancar por conflito de opinião, é a mais notória de todos, além das várias tentativas de agressão sofridas por Camilo, no plenário da AL, quando RG ainda exercia o mandato de deputado.
A promessa de aniquilamento político da família de Capiberibe, extensível aos que não militam politicamente, é de uma pequenez atroz. Na falta do bom discurso e da defesa consistente de argumentos, a borduna, como nos primórdios dos tempos.
E o pior é que ele acredita ser possível, como se o Amapá fosse um feudo do grupo político que o sustenta, que estimula essas atitudes, esquecendo que o país está sob a égide de uma Constituição.
Tanto que por conta dela [Constituição] Roberto Góes já foi cassado quatro vezes, e outras tantas virão, razão do seu descontrole.
Por fim defender direitos nos fóruns judiciais competentes – se não sabe RG, é um princípio básico do Estado Democrático de Direito e Camilo se vale dele para buscar seu direitos lesados. Contra isso nada pode fazer.
Poucas e boas
O sociólogo Gianotti saiu com essa: “Sarney pode não ter saído {do Senado] mas também não ficou. Entenderam?+++ Anote aí. Toda vez que chega o período eleitoral, começa o processo de desenterrar defunto+++ Os preferidos: fechamento do Banap, por sinal da lavra de Sarney, o caso Ferrari, os tubos da CAESA, o saque do BB, para ficar apenas nesses+++Por falar no tema, Edmar Lourinho foi premiado com absolvição do TCE e ninguém fala nada+++ A briga no PT é para saber quem será o vice de Pedro Paulo do PP+++ A fila é enorme. Vai de Dalva à Nogueira+++ Aliás essa aliança era inimaginável algum tempo atras+++ Na verdade Pedro Paulo joga com dois atrativos para seduzir o PT: o guarda-chuva do governo nessa eleição e ganhar, de graça, oito meses de governo tendo Lula como candidato em 2014+++ É pouco?+++ O problema é que Pedro Paulo não é nenhuma Brastemp. Sem experiencia e carisma, o risco de perder a eleição é grande demais+++ Enquanto isso Jorge Amanajas segue seu calvário+++ Sem o apoio de WG sua candidatura está ferida de morte+++ Caiu em desgraça depois de torcer pela cassação do aliado+++É o que dizem+++Papaléo só consegue emplacar num programa de rádio. Vive tendo que explicar sua relação heterodoxa com Sarney e o PMDB. Dias desses teve que se defender da acusação de membro da tropa de Sarney, contrário a posição do PSDB, seu partido+++ Agora para coroar seu inferno astral a noticia que empregou a esposa de Agaciel Maia[ sim, aquele mesmo] no seu gabinete+++ E jura que Sarney não tem nada a ver com isso. Alguém acredita?+++” À boca pequena” circula nos corredores da AL que “alguém” investiga a vida parlamentar de Camilo Capiberibe[PSB]. Tanto zelo causa espanto. Uma investigação quando isenta, séria e a serviço do Estado é sempre bem-vinda+++ Para valer mesmo não faltará a investigadora motivos e a quem investigar naquela casa+++ Comenta-se que vem aí mais uma leva de cassações contra RG+++ A minha curiosidade é saber até quando vai a “queda de braço” entre os juízes de primeiro grau e o pleno do TRE+++Dois políticos pelo menos estão riscados do “caderninho” de aliados de WG: Fátima Pelais e Moisés Souza+++ Essa história do aterramento do Rio Jari por parte de Gilvam e Barbudo Sarrafo é o fim da picada. Reflete a qualidade desses políticos. Da mesma forma que os órgãos ligados ao assunto [Ibama, MP, Secretaria Estadual, etc] estão sob o controle de gente desse tipo e por isso não cumprem suas obrigações. Por hoje é só.

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