sábado, 25 de julho de 2009

Os bunkers da família Sarney no Senado

O Globo

BRASÍLIA - Com quase 60 anos de vida pública, dos quais 33 passados no Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), acabou encarando a instituição quase como uma extensão de sua própria casa ou das empresas de sua família, onde não só ele, como seus filhos, netos, namorados dos netos, amigos, cabos eleitorais, mordomos, motoristas, compadres e outros agregados poderiam fazer o que bem quisessem. Além de ter ajudado a dar sustentação política para que o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia permanecesse no comando administrativo da instituição por quase 14 anos, Sarney não se contentou em preencher apenas os cargos de confiança de seu gabinete e da presidência, nas três vezes em que foi eleito para comandar a Casa. É o que mostra reportagem de Adriana Vasconcelos na edição deste domingo em O GLOBO.
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Para garantir emprego de quase quatro dezenas de parentes, amigos e correligionários nos últimos anos, Sarney contou com a ajuda da filha Roseana Sarney (PMDB-MA) - que renunciou ao mandato de senadora em abril passado, para assumir o governo do Maranhão - e de gabinetes de aliados, líderes partidários, conselhos da Casa e até da estrutura da Diretoria Geral. Os tentáculos dos Sarney se espalharam por uma espécie de nove bunkers no Senado.
Só no seu gabinete pessoal, Sarney chegou a abrigar pelo menos nove parentes, amigos e correligionários. Entre eles, Rodrigo Silva Buzar, identificado na operação que investiga seu filho Fernando Sarney como o responsável pelo saque em espécie de um cheque de R$ 37 mil emitido pela São Luís Factoring, instituição financeira suspeita de lavar dinheiro.

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