terça-feira, 27 de janeiro de 2009

EDUCAÇÃO É TEMA DE ENCONTRO MUNDIAL

Educadores de diversos países estão reunidos em Belém no Fórum Mundial da Educação (FME). O evento, que tem participação estimada em nove mil pessoas, abriu ontem e termina hoje, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. O evento teve a presença da secretária de estadual de Educação, Iracy Gallo, e representantes do Ministério da Educação (MEC) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco).
Com o tema 'Educação, transgressão e construção da cidadania planetária', a conferência de abertura teve como destaques o precurssor da teologia da libertação e autor de mais de 60 livros, Leonardo Boff; e da ex-ministra de Meio Ambiente, a senadora Marina Silva (PT). A conferência foi aberta pelo professor Moacir Gadotti, diretor do Instituto Paulo Freire, um dos organismos responsáveis pela realização do fórum.
Moacir Gadotti definiu o caráter do FME. 'Aqui não estamos para trazer respostas, pacotes. Nós viemos de longe para compartilhar, para celebrar, aprender juntos com as populações, com o povo diverso da Amazônia'. Ele comentou o tema do evento e o uso das idéias de transgressão e cidadania planetária. 'O objetivo da transgressão é simples: outro mundo possível. Somos um povo só. Tudo que fizermos de errado a ela (terra), recairá sobre nós. Não podemos nos resignar à devastação. Quando se queima uma floresta aqui, está queimando uma parte do planeta', disse.

MOBRAL

A senadora Marina Silva destacou a importância em se debater questões referentes a uma educação de qualidade no País. 'É um encontro de idéias de grande importância, pois a educação tem uma força significativa na sociedade. Temos que pensar em uma educação comprometida com o desejo e a necessidade de ensinar e aprender, por isso essa troca de conhecimento entre os participantes é fundamental', afirmou.
Marina emocionou a platéia ao relatar que aprendeu a ler aos 16 anos num curso do antigo Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), e classificou esse momento como mágico. 'A educação que precisamos para esse novo processo civilizatório não pode estar baseada na estagnação; a educação tem que ser criativa', defendeu.
O teólogo Leonardo Boff abriu seu pronunciamento falando da série de crises que colocam em cheque a civilização ocidental. 'Ou fazemos coalizão de forças, ou podemos ir ao encontro do pior, porque a terra poderá continuar sem nós. Como criar condições para que o planeta continue vivo?', questionou. Boff lembrou que, a partir dos anos 1980, o planeta começou a perder seu equilíbrio.

ESTRELAS

'Nós temos que garantir que a terra e a humanidade tenham futuro. A questão é encontrar uma solução aos problemas da realidade. Um dos desafios é manter o planeta unido, por isso a importância da educação suscitar que temos origens comuns', ensinou o estudioso. O teólogo ainda falou em princípios e virtudes como respeito, responsabilidade universal, convivência e tolerância como fundamentais.

'Se nascemos no coração das grandes estrelas vermelhas, é normal que nascemos para brilhar. A humanidade não foi criada para desaparecer, mas para celebrar a vida, e essa irradiação é o propósito do universo - eu estou seguro disso -, e também o desígnio do criador', concluiu Leonardo Boff.

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