terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Nova secretária de Educação, Conceição Medeiros, traça um diagnóstico da educação municipal

Conceição Medeiros abriu o verbo e falou da atual situação da área educacional no Município de MacapáEm entrevista concedida ontem, 12, ao radialista e jornalista Luiz Melo, na rádio Antena 1FM, a nova Secretária Municipal de Educação, professora Conceição Medeiros, avaliou perfil da educação municipal, pela qual responde, atualmente. Com conhecimento de causa, a secretária também falou dos planos emergenciais a serem executados para equilibrar as políticas de atendimento à educação. Acompanhe a entrevista que a secretária concedeu ao programa Luiz Melo Entrevista, ontem.

Luiz Melo - Como anda a secretaria que a senhora acaba de assumir, professora?

Secretária - Primeiro nós tivemos um contato com os profissio-nais da educação da própria secretaria, quando na oportunidade éramos membro da comissão de transição. Naquele momento já tínhamos um retrato da situação. Depois fomos surpreendidos com o convite do prefeito Roberto Góes para assumir a pasta. Mas isso só foi possível mediante a liberação do magnífico reitor da Unifap, José Carlos Tavares, que nos liberou das funções da Universidade da qual sou funcionária federal.

Luiz Melo - A rede municipal é composta por quantas escolas hoje?

Secretária - Hoje o município de Macapá conta com 78 escolas e todas em pleno funcionamento. Não se registrando, por exemplo, a falta de professores em nenhuma delas.

Luiz Melo - O prefeito João Henrique, quando criticado, citava a educação como a menina dos olhos dele, um setor que realmente funcionava. A senhora recebeu a secretaria com muitos problemas, ou o que o prefeito João Henrique pregava estava correto?

Secretária - Em nível de qualidade do processo ensino/aprendizagem através dos indicadores, nos percebemos que ainda precisamos melhorar muito nesse processo. Nós fomos avaliados em 2007 e seremos novamente em 2009. Então se verificou que algumas escolas ficaram até acima da média nacional. Na contra-mão outras ficaram abaixo. Mas nós iremos entrar com um projeto federal para beneficiar 23 escolas que ficaram abaixo de 4 pontos. Esse projeto prevê que os alunos estudem seis horas diárias, garantindo com isso o reforço escolar. E com direito a almoçarem na própria escola. É uma forma de fazer com que eles passem a gostar mais da escola e como consequência melhora o aprendizado deles.

Luiz Melo - Qual a situação da estrutura física das escolas?

Secretária - Nós temos 53 escolas que precisam de uma reforma urgente. Mas nós já estamos fechando um diagnóstico, inclusive com imagens, para discutir com a secretaria de Obras do município e secretaria de Infra-Estrutura do Estado, que vai trabalhar em parceria conosco, para tomarmos uma medida de urgência nesse caso.

Luiz Melo - Existe uma integração solidificada entre escola e a família?

Secretária - Já sim. Nós temos escolas em que essa relação é bem forte e nós vamos conversar com os diretores para verificar o projeto político pedagógico onde obrigatoriamente a família deve estar inserida. Nós pretendemos montar um calendário para ocupar as áreas das escolas no sentido de promover ações que possam aproximar ainda mais a instituição das famílias.

Luiz Melo - O prefeito Roberto Góes anunciou recentemente de que não recebeu a prefeitura com os cofres equilibrados, e agora já se fala em oferecer até almoço para os alunos. Será que isso não pode atrapalhar o que se planejou?

Secretária - Nós estamos traba-lhando com o orçamento planejado em 2008 para ser executado em 2009. A orientação do prefeito é a de que inicialmente 10 escolas que foram pré-selecionadas serem inseridas nesse projeto. No primeiro semestre serão essas escolas atendidas pelo projeto, para que no segundo ele possa ser ampliado.

Luiz Melo - O número de escolas existentes é suficiente para atender a demanda?

Secretária - Não. Ma já estamos autorizados pelo prefeito para proceder à locação de imóveis, e o que nós queremos é ampliar o número de vagas da pré-escola. Ocorreu a implantação da política de nove anos, mas sem a construção de escolas antes, e o que ocorreu foi a ocupação de salas de pré-escola por alunos de primeiro ano. Esse ano nós teremos a ocupação de salas para o segundo ano. Isso faz com que as 4,5 mil vagas da pré-escola caiam para 2 mil vagas. Diante disso nós precisamos garantir esse espaço para essas crianças de 4 e 5 anos. Na nossa política a criança que tem incompleto seis anos até 9 de fevereiro tem vaga garantida no primeiro ano.

Luiz Melo - Quantas vagas estão disponíveis hoje na rede municipal?

Secretária - Nós vamos oferecer 4.625 vagas, sendo 2,285 para educação infantil, 1.469 para o ensino fundamental e 871 para Educação de Jovens e Adultos (EJA). Houve um crescimento de 17% na oferta de vagas. O crescimento de 2007 para 2008 foi de 4% apenas. Por isso nós queremos ampliar a rede municipal. A construção de escolas é necessária. É nossa meta, buscar recursos para construir esses espaços. Hoje existem 14 escolas que estão com as obras paradas por falta de recursos. É isso que queremos desemperrar. Quanto à qualidade no ensino a secretária disse que ano passado foi aprovado um plano para reestruturação das Universidades. De acordo com alguns entendidos no assunto, a educação de má qualidade em muitas escolas é reflexo de má formação profissional. Pessoas que são colocadas no mercado de trabalho com um diploma, mas que não foram devidamente preparadas para assumir a responsabilidade. Daí a necessidade de se reavaliar as instituições superiores de ensino. Ao final a secretária Conceição Medeiros disse que os desafios são muitos, mas que sua equipe está afinada para superar os obstáculos, e fazer da educação do Município de Macapá, um modelo para outros municípios.

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