segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Veja o que fazer até o fim do ano para pagar menos IR em 2009

Consultor diz que preparação para o IR 2009 deve ser feita ao longo do anoO ano está no fim e já é hora de pensar na declaração de Imposto de Renda de 2009. Mas, como o documento a ser preenchido entre março e abril se refere às contas de 2008, quem está preocupado em ter uma restituição maior ou em pagar menos imposto precisa correr para aumentar a quantidade de deduções na próxima declaração até o dia 31. Segundo o consultor Antonio Teixeira, coordenador da área de IR da consultoria IOB, doações a fundos oficiais de ajuda a crianças ou de fomento à cultura e ao esporte podem garantir um abatimento de até 6% no valor do imposto devido, espécie de base de cálculo para as restituições.
Faça as contas Se uma pessoa tiver de pagar R$ 10 mil em imposto devido, o desconto sobre essa base será de até R$ 600, fazendo com que ela caia para R$ 9,4 mil. O consultor explica que o imposto de devido define o valor líquido da restituição ou do tributo a pagar. Por exemplo: se uma pessoa tiver R$ 10 mil a pagar e R$ 12 mil tiverem sido descontados de seu salário ao longo do ano, ela terá uma restituição de R$ 2 mil. Com a doação de R$ 600, o imposto devido passa para R$ 9,4 mil e a restituição sobe para R$ 2,6 mil. Caso o contribuinte tenha imposto a pagar, a doação pode ajudar a reduzir o valor. A vantagem da doação é que o contribuinte pode direcionar parte do que pagaria em imposto para a caridade ou para um projeto cultural ou de incentivo à prática de esportes. O contribuinte, porém, pode no máximo “empatar” - e não ganhar dinheiro - com a doação.
Valor máximo Como o valor máximo de dedução é de 6%, Teixeira lembra que o valor doado acima deste teto não poderá voltar ao contribuinte. Ele explica que, caso a pessoa queira doar apenas com a intenção de receber o benefício do IR, é preciso fazer bem os cálculos. Havia um programa de simulação do IR 2009 na página da Receita, mas o órgão informou ao G1 que ele já foi retirado do ar. Caso o imposto devido seja de R$ 10 mil, o teto da dedução é de R$ 600, mesmo que o valor dado à instituição seja superior. Para comprovar a doação à Receita Federal, o depósito deve ser identificado com o número do CPF do doador. Antonio Teixeira alerta também que o valor precisa ser doado a órgãos cadastrados na Receita Federal, como os fundos municipais e estaduais voltados à criança e ao adolescente e os projetos aprovados pelos fundos nacionais da cultura e do esporte. Segundo ele, o mais fácil é procurar os fundos municipais (veja o site do fundo para a cidade de São Paulo).
Simples ou completa? O coordenador de Imposto de Renda da IOB lembra que a doação pode ser um “truque” para aumentar a restituição somente para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda. Se a pessoa geralmente opta pelo modelo simplificado, e não guardou recibos de gastos médicos e com educação ao longo de 2008, provavelmente o valor a ser abatido somente com doações ficará abaixo aos descontos-padrão permitidos pela Receita Federal. Para que valha a pena fazer a declaração completa, explica o consultor, os recibos de despesas guardados pelo contribuinte ao longo do ano precisam ser superiores a R$ 12 mil. Para quem não se programou ao longo do ano para fazer a declaração pelo modelo completo, alerta Teixeira, uma doação agora no fim do ano não fará diferença no tamanho da restituição a ser recebida.
Despesas médicase previdência Outra boa forma de aumentar a restituição do ano que vem é antecipar o pagamento de despesas médicas ou dentárias para este ano. Neste caso, diz o consultor, a vantagem é que o contribuinte não tem que esperar tanto para receber o benefício: se o gasto for feito em dezembro, entra na declaração de 2009. Se o pagamento ficar para janeiro, a dedução terá que esperar para 2010. O plano de previdência privada do modelo PGBL também é dedutível do IR para quem já contribui para os sistemas previdenciários oficiais, como trabalhador do setor privado, autônomo ou funcionário público. Entretanto, antes de correr ao banco e fazer um plano até o dia 30, é melhor pensar no longo prazo. Embora os planos PGBL tenham dedução do Imposto de Renda, esse benefício pode ir para o espaço na hora que o cliente retirar o dinheiro. Teixeira diz que as retiradas são tributadas em 15%. Além disso, o valor do benefício é adicionado aos ganhos do contribuinte na declaração seguinte. Por isso, diz o consultor, só vale a pena usar a previdência privada como ferramenta de dedução se o dinheiro ficar depositado por um longo período. “Assim, o imposto pago na retirada se dilui com o benefício da dedução ao longo dos anos”, diz o coordenador de IR da IOB.

Brasil entra em 2009 melhor que muitos países desenvolvidos
Economistas prevêem 2009 com certa desaceleração na economia, em relação às projeções feitas no início de 2008, mas descartam demissões em massa, paralisia nos negócios e lentidão para retornar a um crescimento mais robusto. No final do ano, após o anúncio de mais resultados positivos da economia, o presidente Lula afirmou: “quem torcer para esse país não dar certo vai simplesmente quebrar a cara.” No ano seguinte ao estouro da crise americana, a afirmação soa ousada, mas o cenário previsto para 2009 não está muito longe de comprovar a tese do presidente.
TurbulênciaA onda de fusões e aquisições que ocorreu em meio à turbulenta crise financeira mundial deve continuar no próximo ano. Segundo o economista Luiz Alberto Rabi Jr, da MCM Consultores, esse processo é recorrente na economia e foi muito intenso nos primeiros anos do Plano Real, na década de 90. “Acredito que essa onda de fusão continuará por algum período, mas com menos intensidade. Provavelmente, bancos estrangeiros que enfrentam problemas lá fora devem vender suas operações no Brasil”, diz o economista. Outro ciclo que deve ter uma mudança no ano que vem é o da produção de petróleo, principalmente os investimentos no pré-sal. Com a queda brusca no preço da commodity, toda a euforia para apressar a extração nos promissores campos em alto-mar ficou para trás. Como o cenário global é ainda incerto para grandes investimentos, novas perfurações nestes campos serão uma preocupação menor do governo. Para Zeina Latif, economista-chefe do grupo ING no Brasil, a discussão do pré-sal já morreu. “Os patamares de preço do petróleo atualmente inviabilizam novos investimentos.”
Sair do marasmo Para Luiz Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil, o país vai passar por um período de indefinição em 2009. “Deveremos passar por um marasmo em relação a investimentos no setor de petróleo e novas descobertas, como tivemos em 2008. O mercado vai ficar mais seletivo a notícias deste tipo”, afirma. O economista também acredita que a produção dos combustíveis alternativos também será afetada, como o biodiesel. “Essa visão de que o Brasil poderia ser um provedor mundial de combustíveis alternativos depende muito do nível do preço do petróleo.”
Desaceleração geralA indústria dos combustíveis não será a única afetada. A previsão para o último trimestre deste ano e o início do ano que vem é que diminua o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). O desemprego deve aumentar, mas com um impacto bem menor do previsto para os países mais afetados pela crise global. O economista-chefe do Banco ABC Brasil lembra que muitas empresas brasileiras estão utilizando driblando as demissões em massa com mecanismos alternativos, como férias coletivas. Essa manobra “dá resistência ao mercado de trabalho”. “Um ponto importante é que boa parte das vagas criadas é formalizada, ou seja, o trabalhador teve a carteira assinada. Por si só, isso inibe o empregador a dispensar seus funcionários”, diz Souza Leal. Alexandre Mathias, economista-chefe da Unibanco, concorda e prevê um cenário otimista com baixo nível de desemprego. “A contração será breve e, no segundo semestre, começa a recuperação. Em 2010, já podemos falar de um crescimento mais relevante. Nenhum empresário demite de forma maciça ao perceber a recuperação no médio prázo”, afirma Mathias. Brasil protegido Enquanto os países que estavam no centro da crise financeira devem lutar contra a recessão em 2009, o Brasil se protegeu o suficiente para evitar este cenário num futuro próximo. Mas esta blindagem não deve evitar que o país passe pela desaceleração da economia. Para o economista da MCM Consultores, o Brasil será um dos menos afetados pela crise. “Nossa previsão é crescimento próximo de zero em quase todo o mundo, menos no Brasil, que deverá ver o PIB de 2% a 3% maior no final de 2009.” O retorno a patamares mais ambiciosos de crescimento econômico será mais rápido para o Brasil, segundo os economistas. “Ao contrário dos Estados Unidos, o Brasil possui um setor bancário solvente e está preparado para o retorno à normalidade da economia mundial”, diz Roberto Padovani, estrategista-sênior para América Latina do Banco West LB.
Na montanha russaAo comparar o Brasil de hoje ao Brasil que enfrentou as crises do final dos anos 90, as diferenças são visivelmente grandes. “Nas últimas crises, sempre acontecia alguma coisa no país, fatores domésticos que aumentavam a duração da turbulência, como o racionamento de energia, crises políticas. Hoje não. Temos fundamentos muito mais sólidos. O cenário que eu imagino é que o Brasil vai ter um desempenho melhor que os seus pares.” O tom das previsões dos economistas difere bastante do de Lula, mas as perspectivas são uma só: o Brasil em 2009 terá um desempenho muito melhor que boa parte dos países ricos do, até pouco tempo atrás, chamado Primeiro Mundo.

Vendas do varejo brasileiro sobem 2,8% no Natal, aponta Serasa
O comércio brasileiro registrou um crescimento de 2,8% nas vendas da semana de Natal, em comparação ao mesmo período de 2007, de acordo com o indicador divulgado pela Serasa Experian, empresa de pesquisa e análise econômica, ontem (26).Em São Paulo, considerada a semana entre 18 e 24 de dezembro, o crescimento em relação ao ano passado foi inferior à média nacional, de 1,1%.O resultado é inferior ao registrado no ano passado. Em 2007, no período de 18 a 24 de dezembro, o desempenho das vendas do comércio teve aumento de 5,3% em todo o país, quando comparado a igual período de 2006. Em São Paulo, o aumento observado havia sido ainda maior, de 5,6%.
“Otimismo moderado” Conforme a Serasa Experian, o resultado confirmou o “otimismo moderado” dos empresários do varejo. Em dezembro de 2008, 39% esperavam aumento das vendas, número inferior aos 59% que acreditavam em expansão dos negócios em 2007. Para a empresa, os juros altos e o maior endividamento do consumidor influenciaram no resultado do varejo neste fim de ano.
Shoppings O crescimento nas vendas de Natal nos shoppings brasileiros em 2008 deve ficar em 3,5%, em comparação com o ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), que ainda não revelou as cifras definitivas para este ano. “O resultado ficou abaixo das expectativas, mas a base de comparação com 2007 era muito elevada”, afirmou o presidente da entidade, Nabil Sahyoun. O esperado pela entidade era uma elevação entre 8% e 10% nas vendas.
Pesquisa da Fecomercio O faturamento gerado pelas vendas de Natal deste ano cresceu 5% em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) realizada ontem com 90 lojistas na capital paulista.O desempenho de produtos como roupas e calçados foi superior (6%) à elevação de 2% verificada nas lojas de bens duráveis, como eletroeletrônicos. O resultado verificado na sondagem prévia apontava um crescimento de 4% no futuramento geral, segundo a entidade.

gazetaonline

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